Hipnose e neurociência: Qual a relação?

A hipnose tem sido bastante pesquisada na neurociência com a intenção de entender melhor essa ótima ferramenta.

Mas, mesmo com o desenvolvimento dela nessa área do conhecimento, muitas pessoas permanecem céticas quanto ao seu funcionamento.

Se você, assim como essas pessoas, é meio cético, falaremos neste artigo a respeito da ligação existente entre a hipnose e a neurociência.

Além disso, já escrevemos um artigo explicando como a hipnose funciona.

Então, confira abaixo o que é a neurociência, a hipnose, e como as duas áreas se relacionam para formar um entendimento maior da mente humana.

Hipnose e neurociência: o que é a neurociência

A neurociência é uma área da ciência extremamente ampla. Ela consiste no estudo completo do sistema nervoso, em todos os possíveis contextos.

As funcionalidades do sistema nervoso, estruturas, desenvolvimento, alterações que podem ocorrer ao logo da vida de um indivíduo, doenças. Tudo que envolva uma análise minuciosa de coisas que influenciem nossas vidas.

É importante dizer que a neurociência, portanto, não é uma área de estudo específica, mas sim um conjunto de abordagens de estudo que abrange diversas áreas do conhecimento.

Não existe a neurociência, o que existem são neurociências.

Exemplos de campos das neurociências

  • Neuroanatomia: tem como objetivo compreender toda a estrutura do sistema nervoso.
  • Neurofisiologia: estuda as funções ligadas às várias áreas do sistema nervoso.
  • Neuropsicologia: examina a interação que existe entre as ações dos nervos e as funções ligadas à área psíquica.
  • Neurobiologia: é o estudo das células do sistema nervoso e da sua organização.
  • Neurociência comportamental: procura ligar o contato do organismo e seus fatores internos (emoções e pensamentos) com seus comportamentos.
  • Neurociência cognitiva: foca na capacidade cognitiva do indivíduo, como a memória, o raciocínio e o aprendizado.

O que é a hipnose

A hipnose é apenas uma característica natural da mente humana.

Segundo Rafael Kraisch, em seu livro “Manual da Hipnose Clássica“, hipnose é atitude mental.

É a nossa capacidade natural de querer, se permitir e efetivamente fazer algo.

Quando você deliberadamente (ou até mesmo sem perceber) foca em algo, como esta frase que você está lendo agora mesmo, você está em hipnose.

E a hipnose é sim ciência. Já é reconhecida no meio acadêmico como uma ferramenta extremamente útil para diversas coisas, e sendo cada vez mais estudada, com milhares de artigos científicos sobre o assunto.

Mente X Cérebro

A hipnose, como sendo uma característica natural da mente humana, isto é, do nosso cérebro, com certeza está ligada à neurociência.

É muito importante relacionar o termo mente com cérebro, pois ainda existem pessoas que acreditam em uma aura mágica, mística, uma coisa sobrenatural.

Na verdade, a mente simplesmente é uma função do nosso cérebro.

A ciência na hipnose

No processo da hipnose são envolvidas muitas funções psicológicas, funções que a neurociência também estuda.

Alguns exemplos de funções psicológicas que ocorrem durante a hipnose são:

Atenção

Trata-se do processo responsável por concentrar nossos recursos, nossa energia, em uma série de estímulos, separando-os do restante.

Essa separação é muito importante, uma vez que não somos capazes de processar e elaborar uma quantidade muito grande de estímulos simultaneamente, além disso gastar muita energia também.

Durante todo o dia, a pessoa está atenta a alguma informação, e na hipnose não é diferente.

Como ela é apenas uma capacidade natural nossa, não há nada de especial, e ela ocorre toda hora sem que haja necessidade de você perceber isso.

Percepção

É a interpretação que o sistema cognitivo tem das informações recebidas ou das que ele mesmo é capaz de produzir.

Na hipnose ocorrerá uma alteração na percepção da pessoa, de maneira que ela interprete as informações de forma diferente ou que ela interprete informações que normalmente não interpretaria.

Imaginação

Nossa imaginação é uma das funções psicológicas mais complexas, porque ela utiliza todas as outras funções como base.

A imaginação é a nossa capacidade de elaborar as informações que nós já possuímos, de maneira que através disso criamos novas experiências.

Nossa imaginação é capaz de despertar emoções reais. Então, mesmo que a experiência imaginada não seja real, ela possui uma conexão com a realidade.

Esta é a função mais útil para se chegar em um estado mais profundo de hipnose justamente por isso, essa capacidade de despertar as emoções ao criar e recriar a realidade

Na verdade, somos capazes de fazer essas coisas com a imaginação porque o nosso cérebro não sabe a diferença entre o real e o imaginário.

Ao visualizarmos um objeto estamos ativando uma sequência de neurônios de uma determinada maneira. Ao imaginarmos o mesmo objeto, estamos ativando a mesma sequência de neurônios, da mesma maneira.

Emoção

Emoções são respostas viscerais decorrentes de estímulos do ambiente.

É importante dizer que emoção é diferente de sentimento, uma vez que as emoções são as reações do nosso corpo, enquanto os sentimentos são nossa interpretação racional acerca delas.

Memória

O processo psicológico básico da memória é que nos possibilita a codificação das informações para que possamos guardá-las e utilizá-las em um tempo futuro, sendo este um processo fundamental para o desenvolvimento de todos os outros processos.

É ela que possibilita que sejamos capazes de acessar informações explícitas, como saber a qualquer momento identificar e mencionar qual é a capital do Brasil, ou da França, por exemplo. Também resultam dela a nossa capacidade de recorrer a situações aprendidas, como andar de bicicleta e saber a tabuada.

Ter informações sobre as nossas experiências nos permite agir de maneira mais assertiva em eventos futuros. Sem esse processo, os demais processos psicológicos básicos não existiriam, já que todos possuem um forte suporte da memória.

Como a hipnose se relaciona com a neurociência

Essas duas áreas estão intrinsecamente relacionadas. A neurociência sendo os estudos do sistema nervoso humano, e a hipnose sendo uma das características desse sistema nervoso, portanto, um dos objetos de estudo da neurociência.

Cada um dos processos que estão envolvidos na hipnose são estudados nas neurociências, e a hipnose em si tem sido cada vez mais estudada também.

A sua atuação no cérebro já é comprovada cientificamente.

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